Quem mora com gato costuma saber que são criaturas sensacionais, que não param de nos encantar e ensinar! Essa lista poderia ser eterna, mas vamos nos limitar a cinco dimensões dos gatos que não param de nos surpreender:
Um dos predadores mais eficientes do mundo
Com taxa de sucesso de até 60% na caça, o gato doméstico é muitíssimo próximo do gato selvagem e tem todas as características evolutivas que seus ancestrais tinham. Caçam seguindo discretamente sua presa e dando um “bote” quando próximos. Para isso contam com coxins silenciosos e pisada leve, equilíbrio, um corpo flexível que permite alcançar quase 50km/h e passar por pequenos espaços, pelagem que camufla em ambiente natural, olfato e audição que detectam presas minúsculas mesmo sem vê-las (você já ouviu uma barata? seu gato sim!), pernas poderosas que pulam seis vezes sua altura, e garras retráteis afiadas como os dentes. Fora que eles compartilham 95,6% do DNA (e muitos comportamentos) com tigres… Não é incrível pensar em ter amizade e compartilhar a casa com um mini tigre!?
Linguistas natos
Alguns sinais são mais universais, como fazer uma “interrogação” com o rabo como convite para interagir, o "fzzz”para defender-se de situações desconfortáveis e pedir para parar/se afastar, o rabo alto vibrando com olhos semicerrados para falar que está muito feliz de te ver, abanar o rabo lateralmente para mostrar impaciência, o bocejo para afastar um confronto (como os cães), e “amassar pãozinho” em momentos de alegria. Mas eles passaram a vocalizar coisas para se comunicar com os humanos. Enquanto cães costumam ter até 10, gatos podem ter até 100 diferentes vocalizações - que são criadas na relação com seus tutores! Eles criam, aprendem nossos sinais e nos ensinam a gente a falar gatês!
Sem nojinho
Cuidar da pelagem dando banho com a língua não é só uma atividade individual, mas social! Gatos, como primatas, cuidam amorosamente da “higiene” de outros gatos, pessoas, e às vezes até outras espécies (cachorros, cavalos, vacas, gansos e galinhas já foram vistos tomando banho de gatinhos). Muitos gatos gostam de lamber o cabelo recém lavado de seus tutores, enquanto outros são famosos por dormir em coisas com cheiro de seus humanos como travesseiros e roupa “suja”, ou se esfregar em meias e sapatos. A gente pode até ficar encanado com isso, mas tem algo de bonito na confiança e entrega dessa vontade de proximidade que inclui até sua "sujeira", lembrando que a gente também é um bichinho. E você já se sentiu mais amado do que com esse alguém te amando inteirinho, até seu chulezinho?
Espontâneos
É muito lindo ver um gato sendo gato. Seja nos momentos elegantes, seja nos momentos insólitos. Ver que quando têm vontade vão pular no seu tornozelo quando estão entediados, começar a miar em outro cômodo só pra ver se você vai conversar com eles, sair correndo do nada pela casa, cismar com uma bolinha de papel e brincar um tempão, se distrair com um galho ou brinquedo: e fique claro que sabem que são brinquedos. O gato não se ilude achando que aquela peninha colorida é um pássaro, ele sabe que é sua mão puxando e vê a cordinha, mas isso não tira o divertimento nem a vontade de começar a brincar - acompanhado ou sozinho. Fora as demonstrações súbitas de afeto, como correr pro nosso colo quando colocamos cobertas, vir dar cabeçadas na gente, ou uma passada elegante de rabo acariciando seu rosto. A gente como humanos aprende muito com essa entrega e honestidade do gato com os próprios sentimentos e vontades, né?
Exigentes
Brincamos que são deuses Egípcios, reis e rainhas, ou que têm suas manias. Mas dá pra dizer que estão errados? Gatos são bastante específicos a respeito de suas necessidades e preferências: água (material do pote, parada ou em movimento) tipo de ração (sabor, textura, umidade), onde gostam de carinho (e como e quando), onde gostam de ficar na casa (prateleiras altas, ou poltronas, ou janelas, ou camas, como gostam de ser abordados. Cada gato é um gato, e muitas vezes vão aprendendo e mudando coisas no processo. Mas consistentemente insistem em não se conformar com qualquer coisa que oferecemos, têm seus parâmetros, e exigem que respeitemos isso. Um gato incomodado se retira, se não gosta de algo não se obriga a comer, ele sinaliza o que precisa com miados e gestos, ele mostra com o corpo e com o exemplo. Se insistimos em não escutar, eles são mais incisivos (com os dentinhos incisivos, às vezes). E esse modo de estar no mundo bota muitos tutores de gato pra pensar nas próprias vidas, escolhas, e onde estivemos nos conformando com coisas que não nos interessam… quase um gato-analista, é?